O problema da irracionalidade na tomada de decisão

a experiência norte-americana na orientação de membros do Ministério Público

Autores

  • Eduardo Pimentel de Vasconcelos Aquino
  • Cláudio Henrique Portela do Rego

Palavras-chave:

Corregedoria, Ministério Público

Resumo

Este trabalho adota como referencial teórico a ciência da cognição social implícita e estabelece uma conexão de seus postulados com a atividade do Ministério Público a partir de revisão bibliográfica de trabalhos sobre os órgãos de justiça norte-americanos. Essa comparação visa a incentivar a discussão sobre o tema aqui no Brasil, onde as corregedorias do Ministério Público possuem três papéis principais: de fiscalização, orientação e avaliação. O membro do Ministério Público deve ser capacitado em várias frentes, uma delas, ainda pouco falada, a da influência de vieses cognitivos implícitos na atividade ministerial. Para a ciência da cognição social, vieses cognitivos implícitos são os elementos e associações do subconsciente que facilitam o processamento de informações pelo homem, como a tendência de selecionar dados que confirmem, e nunca descartem, uma hipótese, ou a de dividir pessoas em categorias (brancos, negros, heterossexuais etc.). Este artigo procura elencar os vieses mais comuns na atividade do Ministério Público e as maneiras de neutralizá-los. São introduzidos vieses ligados a cor e etnia, à visão de túnel, ao processamento seletivo de informações, à perseverança e à evitação de dissonância cognitiva. Ao final, são demonstradas a importância de um programa de treinamento contínuo e algumas técnicas de mitigação dos vieses (controle ambiental, planejamento, rotina de revisão, criação de grupos de integridade profissional etc.).

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Publicado

2025-02-11